Sobrecarga de trabalho, má remuneração e falta de perspectiva de crescimento profissional são apenas algumas das dificuldades que profissionais de diversas áreas enfrentam no dia a dia. [1] Esse cenário, que pode levar ao esgotamento no trabalho, é agravado pelo fato de muitos trabalhadores não terem o tempo de repouso e lazer necessários para o descanso do corpo e da mente. [1] [2]
Essa falta de descanso pode ser um problema até mesmo dentro do ambiente de trabalho: de acordo com uma pesquisa feita em 2011, menos da metade dos funcionários pesquisados relatou fazer uma refeição fora da mesa de trabalho, apenas 20% dos entrevistados afirmaram que comem em suas mesas e 13% “raramente ou nunca” reservam tempo para almoçar. [3]
Essas condições de trabalho são determinantes para que o indivíduo desenvolva o chamado estresse ocupacional. [1] Essa condição engloba um conjunto de respostas psicológicas, comportamentais e fisiológicas que o corpo manifesta quando o indivíduo atinge um esgotamento no trabalho, ou seja, excede a sua capacidade de trabalhar. [1]
Ter períodos de descanso reduz o esgotamento no trabalho
O hábito de incluir intervalos na rotina de trabalho contribui para a diminuição das consequências da sobrecarga de tarefas, reduzindo, portanto, a irritabilidade, o cansaço e o estresse. Outro benefício é evitar que a produtividade e o engajamento com o trabalho sejam prejudicados. [3]
De acordo com o Centro para Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, uma estratégia interessante para evitar o esgotamento no trabalho é incluir 5 minutos de intervalo para cada hora trabalhada. Esses 5 minutos podem ser usados para movimentar o corpo com uma caminhada curta ou um alongamento, levantar para beber água ou fazer um lanche saudável, por exemplo. [3]
Conheça as fases do estresse ocupacional
As manifestações do estresse ocupacional se dão em três níveis: fase de alarme, resistência e exaustão. [2] A primeira delas é a fase de alarme, em que pode ser observado o aumento das frequências cardíaca e respiratória, dilatação das pupilas e elevação da pressão arterial. Nesta etapa, o organismo se esforça para manter a harmonia interior e conseguir enfrentar a situação de estresse. [2]
A segunda fase consiste na tentativa de adaptação à situação adversa com o propósito de restabelecer a homeostase do organismo. [2] O corpo humano inicia uma reação de defesa para minimizar os efeitos danosos do estresse. É o caso da liberação de glicocorticoides, mais precisamente, de cortisol. [4] Alguns sintomas característicos desse estágio são o tremor muscular, cansaço, irritabilidade e dificuldade de concentração. [2]
A exaustão é a conjuntura mais crítica que pode ser causada pelo estresse ocupacional, pois após repetidas exposições à fonte estressora, o organismo pode desenvolver doenças graves e até entrar em colapso. [2] Apesar do aumento da liberação de cortisol e de outros hormônios ser necessária em uma reação ao estresse, níveis demasiadamente elevados podem prejudicar de forma significativa a atividade funcional do cérebro. [5]
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Referências:
[1] Sadir MA, Lipp MEN. As fontes de stress no trabalho. Revista de Psicologia da IMED. 2009; 1(1): 114-126. - Consultado em 04/12/2020
[2] Prado CEP. Estresse ocupacional: causas e consequências. Rev Bras Med Trab. 2016;14(3):285-9. - Consultado em 04/12/2020
[3] Randolph SA. The Importance of Employee Breaks. Workplace Health & Safety. 2016 Jul;64(7):344. - Consultado em 04/12/2020
[4] Ulrich-Lai YM, Herman JP. Neural regulation of endocrine and autonomic stress responses. Nat Rev Neurosci. 2009 June ; 10(6): 397–409 - Consultado em 04/12/2020
[5] Alheira FV, Brasil MAA. O papel dos glicocorticóides na expressão dos sintomas de humor - uma revisão. Rev Psiquiatr RS maio/ago 2005;27(2):177-186. - Consultado em 04/12/2020
MAT-BR-2004619